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UE abre processo contra o Reino Unido por violar termos do Brexit

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Bandeiras da União Europeia
CC0 Domínio público / PxHere

Bandeiras da União Europeia

A União Europeia (UE) anunciou nesta quarta-feira o início de novos procedimentos legais contra o Reino Unido pelos planos de romper unilateralmente o Protocolo da Irlanda do Norte, a parte mais espinhosa do divórcio concluído em 2021. Como a novela do próprio Brexit , o imbróglio promete ser longo e tensionar ainda mais o relacionamento entre os ex-parceiros.

A decisão europeia veio após o governo do premier Boris Johnson, que sobreviveu a um voto de desconfiança no dia 7 , apresentar formalmente na segunda sua proposta para modificar o mecanismo norte-irlandês. A iniciativa, segundo o vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, deixa o bloco e seus 27 países-membros “sem outra opção que não seja agir”:

“Não restam dúvidas: não há nenhuma justificativa legal ou política para mudar unilateralmente um acordo internacional”, disse ele, afirmando que o bloco não agiu antes “porque buscava soluções construtivas”. “Abrir as portas para mudanças unilaterais em um acordo internacional também é uma violação da lei internacional. Vamos direto ao ponto: isso é ilegal.”

Bruxelas anunciou dois procedimentos de infração: o primeiro é a retomada de um processo que acusa os britânicos de “não fazerem as verificações necessárias nos postos de controle de fronteira na Irlanda do Norte”. A ação foi iniciada em março de 2021, mas estava pausada em busca de uma solução consensual.

O segundo procedimento acusa Londres de “não apresentar dados estatísticos comerciais essenciais para permitir que a UE proteja seu mercado único”. Caso sejam considerados culpados, os britânicos ficarão passíveis de sanções econômicas, multas e até mesmo a imposição de tarifas comerciais, mas o processo deve se arrastar por meses ou até anos antes de uma decisão final do Tribunal de Justiça da União Europeia.

“Claro que se o projeto virar lei, não podemos descartar nada”, disse Sefcovic, ao ser indagado sobre a possibilidade de um rompimento do acordo comercial entre Londres e Bruxelas ou da imposição de tarifas. “Mas ainda não estamos lá e queremos resolver essa questão como dois parceiros deveriam.”

Outra opção estudada pelo bloco, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, é a paralisação do acesso privilegiado de companhias britânicas ao mercado comum europeu. Também se discute a possibilidade de cessar as conversas sobre o status da Gibraltar, enclave do Reino Unido na costa espanhola.

Protocolo da Irlanda do Norte

O projeto de lei apresentado por Boris planeja eliminar elementos centrais do mecanismo norte-irlandês. Pelo Acordo da Sexta-Feira Santa, que em 1998 pôs fim a três décadas de um sangrento conflito entre católicos pró-Dublin e protestantes pró-Londres, não se pode erguer uma fronteira entre as Irlandas. A questão tornou-se um problema, contudo, quando controles alfandegários se tornaram necessários com o fim do livre-comércio com a UE.

Após meses de debate, o consenso foi que a economia norte-irlandesa continuaria alinhada a um número de regras europeias, apesar de fazer parte da União Aduaneira britânica. Logo, haveria um controle alfandegário e de normas dos produtos comercializados entre o Reino Unido e Belfast no Mar da Irlanda, que separa as duas ilhas — algo que Boris planeja alterar.

A proposta do premier isentaria bens britânicos de passarem por controles alfandegários se forem ficar em território norte-irlandês. Também daria ao seu Gabinete poderes significativos para alterar praticamente o texto inteiro da legislação.

O temor de Bruxelas é que as medidas gerem vantagens comerciais para seu ex-integrante, destacando que as salvaguardas para proteger o mercado comum europeu são indiscutíveis. O medo é acentuado pelo mau momento que a economia britânica atravessa desde o divórcio: em abril, a inflação chegou a 9% pela primeira vez desde os anos 1980 e a previsão é que o país tenha a pior taxa de crescimento entre os integrantes do G20, com exceção da Rússia.

O Brexit fez o volume de trocas comerciais com a UE, a maior parceira comercial britânica, reduzir e, devido às novas regras sanitárias e alfandegárias, os mercados lidam com a falta de alguns produtos. A crise é acentuada pela escassez de mão de obra, já que muitos trabalhadores europeus não podem mais trabalhar livremente no país.

A proposta de Boris também poria fim ao papel do Tribunal de Justiça da UE para a resolução de conflitos e ao controle europeu sobre os subsídios estatais e certos impostos na Irlanda do Norte — uma das condições centrais impostas por Bruxelas para a ruptura. Aprovado em 2016, o Brexit foi negociado por cinco anos e dois primeiros-ministros até que finalmente houvesse consenso para ser selado.

Obstáculos internos

Os problemas não são só externos: Boris deve enfrentar resistência no Parlamento para aprovar seu projeto de lei, principalmente na Câmara dos Lordes, a Câmara alta do Parlamento, onde há grande resistência em alterar o acordo do Brexit. Também existe hesitação na Câmara dos Comuns, inclusive de conservadores aliados do premier, envolvido em uma crise de meses devido à realização de festas na sede do governo quando os britânicos estavam em quarentena para conter a Covid-19.

O primeiro-ministro, em resposta, defende que seu projeto é legal e a “única maneira” de proteger a paz na Irlanda do Norte. Em maio, pela primeira vez desde 1921, um partido que busca a reunificação das Irlandas — o Sinn Féin, antiga ala política do Exército Republicano Irlandês (IRA) — obteve a maioria no Parlamento local.

Pelo acordo da Acordo da Sexta-Feira Santa, o maior partido unionista e a maior legenda nacionalista no Parlamento norte-irlandês são obrigados a compartilhar o poder. O Partido Unionista Democrático (PUD), no entanto, se recusa a formar um novo Gabinete de coalizão com o Sinn Féin até que o Reino Unido e a UE concordem em levantar as barreiras comerciais entre a província e o resto do território britânico.

A crise política na região serve de pretexto para que Boris apresentasse sua proposta, mas as tentativas constantes de driblar os termos do pacto são quase tão antigas quanto a sua assinatura. Antes, contudo, tinha como foco os impactos econômicos das mesmas mudanças cuja necessidade defendeu com afinco por anos.

— Com informações de Bloomberg

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Fonte: IG Mundo

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Gaza: Israel tem planos de inundar túneis do Hamas com água do mar

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Israel divulga novas imagens das Forças de Defesa na Faixa de Gaza, durante incursões terrestres
Forças de Defesa de Israel – 1.11.23

Israel divulga novas imagens das Forças de Defesa na Faixa de Gaza, durante incursões terrestres

Israel montou um sistema de bombeamento de água do mar que pode ser usado para inundar os túneis usados pelo Hamas na Faixa de Gaza, na tentativa de expulsar os integrantes do grupo extremista islâmico da região. A operação foi revelada pelo jornal norte-americano Wall Street Journal .

O exército de Israel completou a instalação de ao menos cinco bombas de água perto do campo de refugiados de Al-Shati em novembro. Segundo o relatório, o mecanismo consegue mover milhares de metros cúbicos de água por hora, inundando os túneis em poucas semanas.

Não há informações, no entanto, se Israel considera usar esse sistema de água antes que todos os reféns sejam libertados. Anteriormente, o Hamas já havia divulgado que escondeu os prisioneiros em “lugares seguros e em túneis”.

À agência de notícias Reuters , integrantes do governo dos Estados Unidos disseram que fazia sentido para Israel deixar os túneis do Hamas inabitáveis e que o país estava explorando formas de fazer isso.

O Ministério da Defesa de Israel, porém, não se manifestou sobre a divulgação das informações.

De acordo como o Wall Street Journal , um oficial das Forças de Defesa de Israel se recusou a falar sobre o plano, mas foi citado dizendo que o exército está operando para “desmantelar as capacidades terroristas do Hamas de várias maneiras, usando diferentes ferramentas militares e tecnológicas”.

Ainda segundo o jornal, Israel teria informado sobre o plano aos Estados Unidos pela primeira vez no mês passado, mas ainda não se sabe quando o país pretende executar a ação.

Conforme fontes ouvidas pela reportagem, o governo do premiê Benjamin Netanyahu ainda não decidiu se irá avançar ou não com a operação.

Fonte: Internacional

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UE: 2023 é o ano mais quente da história da humanidade

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Com as altas temperaturas, populares se refrescam nas fontes do Vale do Anhangabaú
Paulo Pinto/Agência Brasil – 09.11.2023

Com as altas temperaturas, populares se refrescam nas fontes do Vale do Anhangabaú

O ano de 2023 é o mais quente já registrado na história da humanidade , de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (6) pelo Copernicus, sistema de observação da Terra da União Europeia. Segundo relatório publicado pelo organismo, o alerta pode ser feito porque o mês de novembro foi “extraordinário” e tornou-se o sexto mês consecutivo a bater recordes.

Com uma temperatura média global de 14,22°C na superfície terrestre, o mês passado foi 0,32°C mais quente do que o recorde anterior para novembro em 2020.

“As extraordinárias temperaturas de novembro, incluindo dois dias com mais de 2°C acima da média pré-industrial, significam que 2023 é o ano mais quente de que há registro na história”, afirmou Samantha Burgess, vice-chefe do Serviço para as Alterações Climáticas do Copernicus.

De janeiro a novembro, a temperatura global de 2023 foi a mais alta jamais registrada, ficando 1,46°C acima da média pré-industrial e 0,13°C acima da média de 11 meses de 2016, o atual ano fechado mais quente da história.

Desde junho deste ano, mês mais quente já registrado pela humanidade, com temperatura média de 16,95ºC, o planeta vem batendo seguidos recordes mensais de calor. Além da crise climática provocada pela emissão de gases do efeito estufa, também contribui para esse cenário o fenômeno do El Niño, caracterizado pelo aumento das temperaturas na superfície do Oceano Pacífico e com repercussões em boa parte do mundo.

Fonte: Internacional

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