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Agronegócio

RenovaBio consolida avanço da produção de biocombustíveis

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O avanço da política de descarbonização no Brasil, impulsionado pelo RenovaBio, tem mostrado resultados expressivos na redução de emissões, mas também começa a expor tensões entre a sustentabilidade ambiental e a eficiência econômica do agronegócio. O alerta veio à tona após a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) impor restrições a distribuidoras de combustíveis que não cumpriram as metas de compra de créditos de descarbonização (CBIOs).

A medida, que proíbe o fornecimento de combustíveis a empresas inadimplentes, acendeu uma luz amarela no setor produtivo. Segundo parlamentares e representantes do agro, há risco de repasse de custos logísticos e aumento do preço do diesel, afetando diretamente a competitividade da produção agrícola brasileira — especialmente em regiões dependentes do transporte rodoviário para escoar safras.

Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, especialistas defenderam a importância do RenovaBio como um instrumento estratégico para o país cumprir compromissos climáticos e fomentar tecnologias agrícolas mais limpas. O chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso, destacou que o programa já evitou a emissão de mais de 150 milhões de toneladas de CO₂ desde sua criação. “O RenovaBio é uma política que nasceu da pesquisa e da inovação. Ele mostra que a agricultura pode ser parte da solução climática, não do problema”, afirmou.

Alonso ponderou, no entanto, que a previsibilidade regulatória é essencial para o sucesso do modelo. “O crédito de descarbonização remunera quem reduz emissões. Mas, se o mecanismo gerar distorções que comprometam o abastecimento ou os custos do transporte, a cadeia produtiva como um todo perde eficiência. É preciso equilíbrio”, avaliou o pesquisador.

Atualmente, cada CBIO equivale a uma tonelada de carbono que deixa de ser emitida, e pode ser negociado no mercado financeiro. O instrumento estimula investimentos em biocombustíveis e tecnologias agrícolas de baixo carbono, gerando retorno econômico para produtores e usinas certificadas. Mas, na prática, as sanções aplicadas pela ANP levantaram dúvidas sobre o impacto de curto prazo nos preços dos combustíveis e no custo do frete rural.

O deputado Sebastião Medeiros, que convocou o debate, defendeu ajustes no modelo de cobrança para que as metas ambientais não resultem em desequilíbrios econômicos. “O Brasil é referência em agricultura sustentável, mas não pode penalizar quem produz e transporta os alimentos. Precisamos de regras que mantenham a credibilidade do RenovaBio sem prejudicar a competitividade do agro”, afirmou.

Para a Embrapa, o desafio agora é transformar os resultados ambientais em ganhos econômicos duradouros, com estímulos à inovação e à diversificação de matérias-primas — de biogás a combustíveis marítimos sustentáveis. “O CBIO tem potencial de financiar novas fronteiras tecnológicas e novos polos industriais próximos às regiões agrícolas. Isso pode gerar emprego, renda e reduzir emissões de forma estrutural”, concluiu Alonso.

PRA ENTENDER – O RenovaBio é a Política Nacional de Biocombustíveis, criada por lei em 2017. O objetivo central é estimular a produção e o uso de biocombustíveis de forma sustentável, reduzir emissões de carbono e aumentar a eficiência energética do setor. Ele funciona assim:

  • Cada produtor ou distribuidor de biocombustível recebe créditos de descarbonização (CBIOs), que representam uma tonelada de carbono que deixou de ser emitida ao substituir combustível fóssil por biocombustível.

  • Esses créditos podem ser negociados no mercado, gerando receita extra e incentivando tecnologias e práticas agrícolas de baixo carbono.

  • O programa cria um elo direto entre agricultura e indústria energética, porque incentiva o uso sustentável da biomassa agrícola para produzir combustíveis, como etanol, biodiesel, diesel renovável, biogás, biometano, e até biobunker para transporte marítimo.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Receita Federal promove Ação de Conformidade Declara Agro – Aeronaves

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A Receita Federal está realizando a Ação de Conformidade Declara Agro – Aeronaves. A ação visa promover a conformidade tributária dos contribuintes do Imposto de Renda sobre a Pessoa Física (IRPF) que exploram a atividade rural e que efetuaram despesas de aquisição, operação ou manutenção de aeronaves não enquadradas como despesa da atividade rural para fins de IRPF. As despesas foram identificadas a partir do Livro-Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR).

Os contribuintes selecionados receberão comunicados via correios e por meio da caixa postal eletrônica, dentro do ambiente de atendimento virtual e-CAC. Nesta fase, foram emitidos comunicados a 79 contribuintes de todas as regiões do país. Esses contribuintes deduziram despesas num total de R$ 190,6 milhões nos anos de 2021 a 2023 e, assim, reduziram seu Imposto de Renda em R$ 52,4 milhões.

Os contribuintes comunicados terão até o próximo dia 31/10/2025 para regularizar sua situação. Para que não haja incidência de multa de ofício, é preciso excluir as despesas indevidas em Declaração de Ajuste Anual do IRPF retificadora e recolher a diferença de Imposto de Renda devido.

Após esse prazo, esses contribuintes estarão sujeitos ao lançamento de ofício do Imposto de Renda, ocasião em que incidirá a multa de ofício de 75% sobre a diferença do imposto apurada pela fiscalização.

Os contribuintes que não receberem o comunicado nesta fase da ação de conformidade, mas que também efetuaram despesas indevidas, podem regularizar sua situação, pois também poderão ser notificados nas fase seguintes.

Em agosto de 2024 foi realizada a primeira fase desta ação, alcançando 42 contribuintes com R$ 78,7 milhões em despesas indevidas, onde 79% deles se regularizaram.

A Receita Federal tem priorizado ações de conformidade tributária como forma de reduzir litígios, estimular o cumprimento voluntário e ampliar a recuperação de créditos tributários de forma mais eficaz e menos punitiva.

Por que nem todos os gastos com aeronaves podem ser contabilizados como despesa da atividade rural no IRPF?

Como critério geral, para que as despesas de custeio e os investimentos possam ser deduzidos na apuração do resultado tributável da atividade rural, eles devem ser necessários à percepção dos rendimentos e à manutenção da fonte produtora e devem estar relacionados com a natureza da atividade rural exercida.

Os utensílios e bens, tratores, implementos e equipamentos, máquinas, motores, veículos de carga ou utilitários devem ser de emprego exclusivo na exploração da atividade rural.

No sentido de orientar os contribuintes, a Receita Federal publicou em seu sítio na internet o “Perguntas e Respostas IRPF 2024”, onde a dedutibilidade de despesas com aeronaves é tratada nas perguntas nº 539 e 540. Outra fonte de orientação é a Solução de Consulta Cosit nº 204/2023, também disponível no site da RFB.

Assim, a Receita Federal entende que aeronaves destinadas ao transporte de pessoas e suas bagagens pessoais, ainda que utilizadas para atividades comerciais, administrativas e de gestão dos negócios do agropecuarista, não se enquadram como utilizadas exclusivamente na atividade rural. Dessa forma, esses gastos não podem ser considerados como essenciais para fins de IRPF.

Enquadram-se no conceito de emprego exclusivo na atividade rural as aeronaves de modelos específicos para aplicação aérea de sementes, alevinos, defensivos agrícolas, fertilizantes e outros.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Semana da Pecuária reforça protagonismo global do Brasil

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Estamos começando a “Semana da Pecuária”, destacada em todo o país nesta terça-feira (14.10), quando se celebra o Dia Nacional da Pecuária. O Portal PensarAgro.com.br inicia uma série de reportagens diárias até sexta-feira, abordando a liderança global do Brasil na produção e exportação de carne e a relevância do setor para a economia e o desenvolvimento rural.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, ultrapassando 200 milhões de cabeças. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), o país exporta carne bovina para mais de 160 mercados e responde por cerca de 30% de todo o comércio internacional do produto em 2025. Esses resultados são impulsionados por avanços tecnológicos no campo, ganhos de produtividade, abertura contínua de mercados e o compromisso do setor com sanidade, sustentabilidade e rastreabilidade.

No primeiro semestre deste ano, conforme dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, o abate de bovinos no Brasil superou 9,7 milhões de animais. O faturamento do setor também registra crescimento, com o Valor Bruto da Produção pecuária superando R$ 470 bilhões e sendo responsável por aproximadamente um terço da força total do agronegócio nacional. Esse desempenho movimenta economias locais, gera milhões de empregos em diferentes regiões e fortalece o saldo positivo das exportações.

Além do impacto econômico, a pecuária brasileira se destaca pela inovação e por práticas sustentáveis. Programas nacionais de sanidade animal e sistemas de rastreabilidade asseguram ao país um status sanitário reconhecido internacionalmente, como livre de febre aftosa sem vacinação, abrindo portas para mercados mais exigentes.

Ao celebrar o Dia Nacional da Pecuária, o setor reforça sua relevância social, econômica e ambiental. Diante dos desafios impostos pelo mercado global, pela oscilação dos preços e pelo aumento das exigências em sustentabilidade, a cadeia produtiva de bovinos demonstra resiliência e protagonismo, garantindo alimento para o Brasil e para o mundo.

Fonte: Pensar Agro

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