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Agronegócio

Paralisação nos EUA deixa mercado de soja ‘no escuro’ e exige cautela do produtor brasileiro

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O produtor rural brasileiro começa a semana diante de um cenário de incertezas no mercado de soja. A última semana foi marcada por baixa liquidez nos negócios e dificuldades na formação de preços dentro do Brasil, reflexo direto da instabilidade vinda dos Estados Unidos e da valorização do dólar.

O principal fator internacional foi a paralisação do governo americano, conhecida como shutdown, uma situação em que parte dos órgãos públicos dos Estados Unidos suspende suas atividades por falta de aprovação do orçamento federal. Isso inclui o Departamento de Agricultura dos EUA, responsável por divulgar dados oficiais fundamentais para o funcionamento dos mercados globais de grãos. Sem esses relatórios, como o acompanhamento das condições das lavouras e o boletim mensal de oferta e demanda, operadores e exportadores ficam sem referência para tomar decisões, tornando o ambiente mais incerto e cauteloso.

Com menos informações à disposição, o pregão da Bolsa de Chicago apresentou quedas nos contratos futuros da soja, e o próprio volume negociado ficou abaixo do usual. Essa ausência de dados oficiais aumentou o risco percebido entre compradores e vendedores, tanto no Brasil quanto fora dele.

No mercado brasileiro, o reflexo imediato foi a diminuição do ritmo dos negócios e negociações travadas entre produtores e compradores, já que ambas as pontas preferiram aguardar sinais mais claros do mercado externo. Mesmo assim, a alta do dólar serviu como um colchão de proteção para os preços internos, promovendo ajustes pontuais em algumas das principais praças do país.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 129,00 para R$ 132,00, enquanto em Cascavel (PR) houve alta de R$ 131,00 para R$ 135,00. No porto de Paranaguá, a valorização foi de R$ 2,50 na semana, atingindo R$ 137,50 por saca. Em outras regiões como Rondonópolis (MT), o preço ficou estável em R$ 125,00.

Segundo especialistas, o quadro deve continuar marcado por cautela enquanto persistir o impasse orçamentário nos Estados Unidos, pois a retomada dos boletins oficiais é essencial para orientar tendências e decisões de curto prazo.

Paralelamente, as tensões comerciais entre Estados Unidos e China seguem no radar, influenciando o fluxo internacional da soja e abrindo espaço para o Brasil ocupar parte da tradicional janela americana de exportações.

Projeções de consultorias do setor apontam que as exportações brasileiras podem alcançar 111 milhões de toneladas em 2026, acima das 107 milhões previstas para 2025, favorecidas pela demanda firme da China e pela competitividade da oleaginosa nacional. O esmagamento também tende a crescer levemente, reforçando o papel do Brasil como principal fornecedor global de soja.

Diante desse cenário, o produtor deve manter atenção redobrada ao câmbio e aos desdobramentos do quadro político americano. O momento requer estratégia e flexibilidade na hora de comercializar a produção, aproveitando oportunidades que possam surgir com a valorização do real ou com mudanças no cenário externo.

Enquanto os dados dos Estados Unidos não voltarem a ser publicados, o planejamento cuidadoso e o acompanhamento das notícias internacionais tornam-se ferramentas essenciais para garantir bons resultados no campo.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Receita Federal promove Ação de Conformidade Declara Agro – Aeronaves

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A Receita Federal está realizando a Ação de Conformidade Declara Agro – Aeronaves. A ação visa promover a conformidade tributária dos contribuintes do Imposto de Renda sobre a Pessoa Física (IRPF) que exploram a atividade rural e que efetuaram despesas de aquisição, operação ou manutenção de aeronaves não enquadradas como despesa da atividade rural para fins de IRPF. As despesas foram identificadas a partir do Livro-Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR).

Os contribuintes selecionados receberão comunicados via correios e por meio da caixa postal eletrônica, dentro do ambiente de atendimento virtual e-CAC. Nesta fase, foram emitidos comunicados a 79 contribuintes de todas as regiões do país. Esses contribuintes deduziram despesas num total de R$ 190,6 milhões nos anos de 2021 a 2023 e, assim, reduziram seu Imposto de Renda em R$ 52,4 milhões.

Os contribuintes comunicados terão até o próximo dia 31/10/2025 para regularizar sua situação. Para que não haja incidência de multa de ofício, é preciso excluir as despesas indevidas em Declaração de Ajuste Anual do IRPF retificadora e recolher a diferença de Imposto de Renda devido.

Após esse prazo, esses contribuintes estarão sujeitos ao lançamento de ofício do Imposto de Renda, ocasião em que incidirá a multa de ofício de 75% sobre a diferença do imposto apurada pela fiscalização.

Os contribuintes que não receberem o comunicado nesta fase da ação de conformidade, mas que também efetuaram despesas indevidas, podem regularizar sua situação, pois também poderão ser notificados nas fase seguintes.

Em agosto de 2024 foi realizada a primeira fase desta ação, alcançando 42 contribuintes com R$ 78,7 milhões em despesas indevidas, onde 79% deles se regularizaram.

A Receita Federal tem priorizado ações de conformidade tributária como forma de reduzir litígios, estimular o cumprimento voluntário e ampliar a recuperação de créditos tributários de forma mais eficaz e menos punitiva.

Por que nem todos os gastos com aeronaves podem ser contabilizados como despesa da atividade rural no IRPF?

Como critério geral, para que as despesas de custeio e os investimentos possam ser deduzidos na apuração do resultado tributável da atividade rural, eles devem ser necessários à percepção dos rendimentos e à manutenção da fonte produtora e devem estar relacionados com a natureza da atividade rural exercida.

Os utensílios e bens, tratores, implementos e equipamentos, máquinas, motores, veículos de carga ou utilitários devem ser de emprego exclusivo na exploração da atividade rural.

No sentido de orientar os contribuintes, a Receita Federal publicou em seu sítio na internet o “Perguntas e Respostas IRPF 2024”, onde a dedutibilidade de despesas com aeronaves é tratada nas perguntas nº 539 e 540. Outra fonte de orientação é a Solução de Consulta Cosit nº 204/2023, também disponível no site da RFB.

Assim, a Receita Federal entende que aeronaves destinadas ao transporte de pessoas e suas bagagens pessoais, ainda que utilizadas para atividades comerciais, administrativas e de gestão dos negócios do agropecuarista, não se enquadram como utilizadas exclusivamente na atividade rural. Dessa forma, esses gastos não podem ser considerados como essenciais para fins de IRPF.

Enquadram-se no conceito de emprego exclusivo na atividade rural as aeronaves de modelos específicos para aplicação aérea de sementes, alevinos, defensivos agrícolas, fertilizantes e outros.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Semana da Pecuária reforça protagonismo global do Brasil

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Estamos começando a “Semana da Pecuária”, destacada em todo o país nesta terça-feira (14.10), quando se celebra o Dia Nacional da Pecuária. O Portal PensarAgro.com.br inicia uma série de reportagens diárias até sexta-feira, abordando a liderança global do Brasil na produção e exportação de carne e a relevância do setor para a economia e o desenvolvimento rural.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, ultrapassando 200 milhões de cabeças. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), o país exporta carne bovina para mais de 160 mercados e responde por cerca de 30% de todo o comércio internacional do produto em 2025. Esses resultados são impulsionados por avanços tecnológicos no campo, ganhos de produtividade, abertura contínua de mercados e o compromisso do setor com sanidade, sustentabilidade e rastreabilidade.

No primeiro semestre deste ano, conforme dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, o abate de bovinos no Brasil superou 9,7 milhões de animais. O faturamento do setor também registra crescimento, com o Valor Bruto da Produção pecuária superando R$ 470 bilhões e sendo responsável por aproximadamente um terço da força total do agronegócio nacional. Esse desempenho movimenta economias locais, gera milhões de empregos em diferentes regiões e fortalece o saldo positivo das exportações.

Além do impacto econômico, a pecuária brasileira se destaca pela inovação e por práticas sustentáveis. Programas nacionais de sanidade animal e sistemas de rastreabilidade asseguram ao país um status sanitário reconhecido internacionalmente, como livre de febre aftosa sem vacinação, abrindo portas para mercados mais exigentes.

Ao celebrar o Dia Nacional da Pecuária, o setor reforça sua relevância social, econômica e ambiental. Diante dos desafios impostos pelo mercado global, pela oscilação dos preços e pelo aumento das exigências em sustentabilidade, a cadeia produtiva de bovinos demonstra resiliência e protagonismo, garantindo alimento para o Brasil e para o mundo.

Fonte: Pensar Agro

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