conecte-se conosco


Agronegócio

Agrodefesa endurece regras sanitárias contra brucelose e tuberculose

Publicado

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) publicou uma nova normativa com o objetivo de fortalecer o combate à brucelose e à tuberculose animal no estado de Goiás. A medida, que entrou em vigor nesta semana, unifica e atualiza regras sobre vacinação, diagnóstico, movimentação de animais e comercialização de insumos, com foco na segurança da produção de carne e leite e na proteção da saúde pública.

As doenças, causadas por bactérias e transmissíveis aos seres humanos, podem comprometer a qualidade do leite e da carne, além de trazer riscos diretos ao produtor e ao consumidor. Por isso, a normativa estabelece novos procedimentos obrigatórios para garantir a sanidade dos rebanhos e assegurar o cumprimento das diretrizes nacionais de controle, alinhadas ao Ministério da Agricultura e Pecuária.

O que muda para o produtor rural

A vacinação de fêmeas bovinas e bubalinas entre três e oito meses de idade passa a ser obrigatória, utilizando as vacinas B19 ou RB51, conforme o tipo de animal. O procedimento deve ser realizado por médico-veterinário cadastrado ou por profissional autorizado, com comprovação digital no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago) em até 30 dias após a aplicação. A não realização do registro pode levar ao bloqueio automático da propriedade para fins de comercialização e trânsito animal.

Além da vacinação, os testes diagnósticos passam a seguir protocolos mais rigorosos. Os exames devem ser realizados por veterinários habilitados e os resultados positivos precisam ser comunicados em até um dia útil. Animais diagnosticados com brucelose ou tuberculose devem ser devidamente identificados e eliminados, com restrição imediata ao trânsito e à venda de leite oriundo da propriedade.

Mais rastreabilidade e controle digital

A nova normativa também disciplina a venda de vacinas e insumos para diagnóstico, que só poderá ocorrer por meio de estabelecimentos autorizados e com controle rigoroso via nota fiscal e registro no Sidago. O uso do sistema digital se torna obrigatório em todas as etapas do processo sanitário, desde a aquisição das vacinas até o controle dos focos de infecção.

Outra inovação é a padronização da certificação sanitária. Propriedades que mantiverem vacinação em dia e não apresentarem focos podem solicitar a emissão de uma declaração de regularidade. Já a certificação de propriedade livre de brucelose ou tuberculose será voluntária, com validade de 12 meses, exigindo dois exames negativos em intervalo determinado, vistoria da Agrodefesa e monitoramento contínuo.

Impactos na comercialização e no trânsito animal

A venda de leite cru será permitida apenas para estabelecimentos que adquirirem o produto de fazendas com situação sanitária regular. Da mesma forma, a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) dependerá do cumprimento das exigências de vacinação e da ausência de casos positivos nas propriedades.

Eventos agropecuários e o trânsito interestadual de animais destinados à reprodução também terão regras específicas, exigindo exames negativos. Animais com diagnóstico positivo só poderão ser transportados para abate.

Mais segurança, mais confiança

Com a medida, a Agrodefesa busca melhorar o controle das doenças, ampliar a rastreabilidade dos animais e oferecer mais segurança ao consumidor e ao produtor. O uso intensivo de tecnologia e a centralização das informações no Sidago permitem respostas mais rápidas em casos de surto, ao mesmo tempo em que fortalecem a imagem do agronegócio goiano no mercado nacional e internacional.

Produtores devem ficar atentos às mudanças, manter contato com seus veterinários de confiança e garantir que todos os registros sejam feitos corretamente. O cumprimento das novas exigências representa não apenas uma obrigação legal, mas uma estratégia de proteção ao patrimônio rural e à saúde da sociedade.

Fonte: Pensar Agro

Comentários Facebook
publicidade

Agronegócio

Trump reacende esperança para o café, mas gargalos nos portos travam exportações

Publicado

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que pretende reduzir “algumas tarifas” sobre as importações de café, nesta terça-feira (11.11). A medida, ainda sem detalhamento sobre prazos ou países beneficiados, reacende a expectativa de alívio entre exportadores brasileiros, que desde agosto enfrentam uma sobretaxa de 50% sobre o produto enviado aos EUA.

O Brasil é o maior fornecedor de café do mundo e tem nos Estados Unidos um de seus principais mercados consumidores. Com a tarifa em vigor, as exportações brasileiras para o mercado americano despencaram 46% em agosto e mais de 50% em setembro, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O impacto atingiu toda a cadeia, reduzindo receitas e pressionando margens de cafeicultores, que já convivem com custos de produção elevados e câmbio volátil.

Em outubro, durante encontro na Malásia, Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiram a possibilidade de um acordo para reverter as tarifas. Ainda não há, porém, definição sobre prazos ou condições. Lula afirmou, no início de novembro, que voltará a tratar do tema diretamente com o líder americano caso não haja avanço até o fim da COP30, em Belém.

Entraves – Mesmo com a sinalização positiva no campo diplomático, o setor enfrenta outro desafio imediato: a lentidão nos portos brasileiros. De acordo com o Cecafé, 939 mil sacas de café — o equivalente a 2.848 contêineres — ficaram retidas em setembro por falta de espaço em navios e atrasos nas escalas. O prejuízo com armazenagem, pré-stacking e taxas de detenção chegou a R$ 8,99 milhões, o terceiro maior já registrado pela entidade.

No mesmo período, 57% das embarcações, ou 202 de um total de 355 navios, enfrentaram atrasos ou alterações de rota nos principais portos do país. O problema é agravado pela demora na realização do leilão do terminal Tecon Santos 10, considerado essencial para ampliar a capacidade de movimentação de cargas no Porto de Santos, responsável por grande parte das exportações do agronegócio.

O diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, alerta que a lentidão do processo ameaça a competitividade do café brasileiro no exterior. Segundo ele, “enquanto os entraves burocráticos persistirem, os exportadores terão prejuízos ampliados, os cafeicultores receberão menos e o país deixará de arrecadar bilhões em receitas”.

A impossibilidade de embarcar todo o volume planejado impediu o ingresso de R$ 1,87 bilhão em receitas de exportação apenas em setembro, considerando o preço médio de US$ 370,72 por saca. O atraso nos navios também encarece o produto, já que o tempo adicional de armazenagem e as taxas portuárias acabam repassadas ao produtor.

Além do café, outros segmentos do agronegócio, como açúcar, algodão e celulose, também sofrem com os gargalos logísticos. A Auditoria de Infraestrutura Portuária e Ferroviária (AudPortoFerrovia), do Tribunal de Contas da União (TCU), apontou irregularidades no modelo de leilão proposto pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o que paralisou o processo e aumentou a incerteza no setor.

Apesar das dificuldades, o Brasil deve encerrar 2025 como líder global em exportações de café, com expectativa de 42 milhões de sacas embarcadas, segundo o Cecafé. O país vem diversificando seus destinos, com destaque para Alemanha, Japão e México, que ampliaram as compras após a alta das tarifas americanas.

A possível redução das taxas pelos Estados Unidos, se confirmada, traria fôlego ao setor, mas especialistas alertam que o impacto será limitado enquanto o país não resolver os gargalos logísticos e ampliar a infraestrutura portuária.

Fonte: Pensar Agro

Comentários Facebook
Continue lendo

Agronegócio

Consumo recorde e alta do enxofre marcam o mercado de fertilizantes

Publicado

O mercado brasileiro de fertilizantes segue aquecido em 2025 e caminha para um novo recorde de consumo. Dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) mostram que, entre janeiro e agosto, foram entregues 30,5 milhões de toneladas de fertilizantes no país, um aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano passado. Só em agosto, foram 5,2 milhões de toneladas, o maior volume mensal do ano.

O ritmo acelerado de entregas reflete a confiança do produtor rural, que segue antecipando compras para garantir o abastecimento da safra 2025/26. O Brasil, que figura entre os maiores consumidores de fertilizantes do mundo, importa cerca de 85% dos insumos usados nas lavouras — e isso mantém o setor atento a qualquer oscilação no mercado internacional.

Entre janeiro e outubro, as importações de matérias-primas do complexo NPK somaram 37,8 milhões de toneladas, alta de 4,6% sobre 2024. Mesmo com o câmbio e o frete ainda pressionando custos, o país mantém forte apetite por adubos, sustentado pela agricultura em expansão e pela busca por maior produtividade.

Um movimento importante em 2025 foi a mudança no tipo de produto adquirido. O mercado passou a priorizar fertilizantes menos concentrados, como sulfato de amônio (SAM) e superfosfato simples (SSP), em detrimento de produtos mais fortes como a ureia e o MAP. Essa substituição tem explicação prática: os produtos menos concentrados demandam maior volume físico para atender a mesma necessidade nutricional, o que eleva as movimentações portuárias e o total entregue.

O principal fator de preocupação no ano, porém, tem sido o salto nos preços do enxofre, insumo essencial para a produção de ácido sulfúrico, que é base da fabricação de fertilizantes fosfatados como SSP, TSP, MAP e DAP.

Em janeiro, o enxofre era negociado a cerca de R$ 950 a tonelada. Em novembro, algumas ofertas já ultrapassavam R$ 2.320), um aumento de mais de 130% em menos de um ano. O avanço é consequência direta da redução de oferta global, provocada por paradas em unidades russas da Gazprom, o que transformou o país — tradicional exportador — em importador do produto. A escassez no Mar Negro e no Mar Báltico desorganizou o mercado e fez disparar as cotações internacionais.

Com isso, a indústria brasileira de fertilizantes sente o impacto no custo de produção. Empresas que fabricam fosfatados passaram a enfrentar margens menores, o que pode resultar em repasse gradual de preços ao produtor rural nos próximos meses.

Mesmo com o aumento dos custos, o mercado segue otimista. As entregas e as importações continuam em ritmo forte, e analistas avaliam que o país deve encerrar 2025 com novo recorde histórico de consumo, confirmando a posição do Brasil como terceiro maior mercado de fertilizantes do mundo, atrás apenas da China e da Índia.

Especialistas reforçam, contudo, a importância do planejamento antecipado de compras, especialmente em estados como Mato Grosso, onde cerca de 20% dos insumos para a safra 2026/27 já foram adquiridos. A estratégia ajuda a minimizar o impacto da volatilidade e garantir a adubação no momento certo.

Fonte: Pensar Agro

Comentários Facebook
Continue lendo

Política RO

Cidades

Policial

Mais Lidas da Semana